EDIÇÃO:
JOÃO PINHEIRO
Se você
acompanha o Curioso e Cia. há algum tempo, deve saber que os animais gostam
cada vez menos de andar a pé! Veja como exemplo o gato Casper e a labradora
Eclipse, que preferem mais o ônibus que uma boa caminhada. Agora é a vez dos
cães de Moscou, que, ao invés de dar um passeio pelas calçadas, gostam mais de
ir pelo metrô. Veja só!
O metrô de
Moscou, capital da Rússia, recebe diariamente centenas de pessoas como qualquer
outro transporte público. Mas, entre eles, viaja um grupo de passageiros muito
mais especial que os outros. São os cães de rua da cidade, que possuem uma
capacidade incrível de transitar pelas estações, sabendo exatamente onde estão,
por onde têm que seguir e a que lugar vão chegar. Como é possível? Há algumas
teorias que buscam explicar esse fato.
Viajar pelo
metrô não é uma tarefa fácil. De fato, quando pensamos nele, as primeiras
imagens e sensações que nos vêm à cabeça são pessoas apressadas, um espaço
reduzido e um barulho infernal. Frequentemente, essa experiência pode ser
estressante. Mais ainda quando o fazemos em um lugar que não conhecemos. O
risco de nos perder é grande. É claro, sempre podemos pedir informações ou
buscar sinalizações.
Isso,
entretanto, não é possível aos cães, que sequer têm seu próprio sistema para
transmitir emoções e necessidades e, portanto, não são capazes de perguntar
onde se encontram. Porém os vira-latas de Moscou não precisam consultar nada
nem ninguém para saber onde estão. Eles já desenvolveram mecanismos únicos de
localização, com os quais podem deslocar-se tranquilamente pelas linhas e
estações da cidade sem perderem o rumo.
Estima-se
que dos 35 mil cães que perambulam pela capital russa, cerca de 20 são capazes
de usar o metrô sem preocupações. A explicação mais plausível para isso é o
fato de que esses animais têm evoluído junto com o ser humano há centenas de
anos e, assim, parte de nossa natureza os é familiar. Assim pode ter sido com o
andar no metrô.
Cães com atitudes
humanas... e algo mais
Os cães, por
convivência, são capazes de interpretar nossos sinais. De certo modo, esta
habilidade fez com que eles conseguissem se mover por um meio de transporte
feito para humanos. Dito isso, é factível que os vira-latas de Moscou andam de
metrô por nos estar copiando. Contudo, descrever como é que eles aprenderam não
é tão simples quanto isto.
E, além de
adotarem um ou outro comportamento de seus conterrâneos humanos, outros
elementos, como seu desenvolvido olfato, estão imersos em seu senso de localização.
Talvez haja aromas específicos de pessoas, alimentos ou do ambiente que os
ajudem a se orientar. Entretanto, estudos científicos sugerem que os cães
exploram outros estímulos sensoriais para fazer suas rotas, não só a captação
de odores.
A audição também
é primordial. Imagina-se que estes fascinantes animais possivelmente conhecem
as estações por seus nomes, ao escutá-los e memorizá-los através dos
alto-falantes dos trens. Se nossos mascotes são capazes de reagir quando os
chamamos pelos nomes, é porque aprenderam a reconhecê-lo através de mecanismos
de repetição... portanto, os cães do metrô de Moscou aprenderam palavras
específicas para identificar seus rumos, uma teoria que, por mais estranha que
pareça, vendo por esse lado, parece ter sentido.
Os
vira-latas de Moscou são capazes de viajar de metrô, demonstrando aos humanos a
capacidade dessas criaturas de se adaptar a um mundo desafiador para os mais
desprotegidos. E, embora alguns já tenham sido maltratados ou espancados (por
outras criaturas ainda não estudadas pela ciência), não perdem a confiança em
seus melhores amigos, os humanos, e seguem seus caminhos pelos trens.
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