PARENTESES: Não ficaremos tão velhos quanto queríamos

PARENTESES: Não ficaremos tão velhos quanto queríamos

     Desde 1825, vale a lei de gompertz: a partir dos 30 anos de idade, o risco de uma pessoa morrer dobra a cada oito anos. Até hoje, os demógrafos acreditavam que a lei de gompertz funcionava até os 80 anos e que, depois disso, o risco de morrer passava a aumentar muito menos. Eles estavam errados, como provaram recentemente os demógrafos da universidade de Chicago, Leonid A. Gavilova e Natalia S. Gavilova (Casados – Marido e Mulher). A chance de viver até os 100 anos é menor do que se apregoava.

     No mundo inteiro, dizem os dois, a lei de gompertz funciona; só varia o tamanho do risco – em alguns países ele é menor, em outros é maior, mas em todos ele dobra a cada oito anos a partir dos 30 anos. E no mundo inteiro os governos não conseguem contar direito a quantidade de gente muito velha, em parte porque eles confiam em informações obtidas durante o censo; as pessoas mentem a idade até para o recenciador poucos governos conseguem cruzar a data de nascimento de uma pessoa com a data de óbito, pois, em geral, os guardiões dessas datas são órgãos distintos, e eles guardam as informações de modo distinto. Em 2004, por exemplo, o governo americano usou modelos matemáticos para concluir que haveria 114.000 pessoas com 100 anos de idade em 2010. Quando 2010 chegou, o governo fez uma contagem mais rigorosa e chegou a 53.000 (cinquenta e três mil) Pessoas com 100 anos de idade. Os gravilovs dizem que se o governo soubesse que a lei de gompertz vale inclusive depois dos 80 anos, teria feito uma previsão mais acurada.

     Os Gavilovs obtiveram a data de nascimento e de morte de um total de 9 milhoes de americanos que nasceram entre 1875 e 1895, e depois cruzaram os dados para ver se a lei de gompertz funcionava para quem passou dos 80 anos. Sim, ela funcionou para pessoas de até 106 anos de idade; a partir daí os gavilovs não puderam tirar conclusões, pois os dados não permitiram.

     Esse tipo de pesquisa é importante para demógrafos e financistas; eles usam a expectativa de vida para calcular quanto dinheiro devem reservar ao sistema publico de saúde e quais manobras podem fazer com o dinheiro reservado á aposentadoria da população.

Fonte: Revista Calculo – Matemática para Todos.