A presidente da Corte, ministra Cármen Lúcia, defende o diálogo entre as instituições (Pedro Ladeira/Folhapress) |
A maioria da Corte deve votar sobre a possibilidade dos acordos ficarem
sob responsabilidade da Polícia Federal
Motivo de disputa entre a
Procuradoria-Geral da República (PGR) e Polícia Federal (PF), a competência
para firmar acordos de colaboração premiada deverá ser julgada em dezembro,
pelo Supremo Tribunal Federal (STF). A presidente da Corte,
ministra Cármen Lúcia, informou que pautará a ação em que a PGR tenta obter a
exclusividade para assinar delações. A maioria da Corte deverá avaliar a
possibilidade de a PF fechar delações.
O suspense em relação à definição
da Corte sobre o tema emperra o andamento de delações já firmadas pela PF, como
a do operador do mensalão Marcos Valério e
do marqueteiro Duda Mendonça, feitas sem a
participação do Ministério Público Federal (MPF).
Indagada pela reportagem sobre a
disputa entre PF e MPF, Cármen defendeu o diálogo entre as instituições. “Não
sei da disputa da casa dos outros, mas, se houver, acho que a tendência é mesmo
conversar. O que a Constituição põe expressamente, quanto aos poderes
Legislativo, Executivo e Judiciário, é que a harmonia há de prevalecer para que
a sociedade tenha um pouco de paz e de sossego. Ninguém aguenta viver numa
sociedade em que as próprias instituições dão um mau exemplo de viver em
conflito”, disse Cármen.
O ministro Edson Fachin, relator
da Operação Lava Jato no STF, já avisou que vai
aguardar a discussão do assunto pelo plenário para decidir se homologa ou não o
acordo de Duda Mendonça. A ação direta de inconstitucionalidade a ser julgada
pela Corte, que então definirá a jurisprudência, tem como relator o ministro
Marco Aurélio Mello, que já sinalizou ser a favor de a PF firmar delações.
Nenhum comentário:
Postar um comentário