CAMPANHA DA FRATERNIDADE DEFENDE BIOMAS BRASILEIROS
Os biomas brasileiros são o tema da
Campanha da Fraternidade da Igreja Católica em 2017. A intenção deste ano é
envolver a população que mora em uma dos seis biomas brasileiros (Amazônia,
Cerrado, Mata Atlântica, Caatinga, Pampas e Pantanal) em defesa da vida humana
e da natureza nesses lugares. No Rio Grande do Norte, a atenção está
direcionada para a Mata Atlântica, no litoral, e Caatinga Sertão. Este ano é a
oitava vez que a igreja aborda a relação do ser humano com a natureza na
campanha, que ocorre anualmente há 53 anos em todo Brasil.
De acordo com o coordenador no Rio
Grande do Norte, padre Robério Camilo da Silva, as várias abordagens voltadas
para os recursos naturais já deram resultados. O programa de adutoras,
instalado no Rio Grande do Norte nos anos de 1990. é um exemplo disso segundo o
sacerdote. “O Monsenhor Expedito, profeta das águas, convocou, em Santa Cruz,
um grande evento com deputados e vereadores e, naquela dia, ele não permitiu
que fosse dada água, por quatro horas, nesse evento para que todos sentissem o
que é ficar sem água”, lembrou.
A campanha tem oito objetivos específicos. Dentre eles estão a articulação com a sociedade civil e a tentativa de comprometer as autoridades públicas na defesa do tema. Para transformar em realidade às bandeiras da campanha, o diálogo com o poder público acontece por meio dos parlamentos. “Faz parte da cultura da Campanha da Fraternidade de Natal, audiências públicas na Câmara de Vereadores de Natal e na Assembleia Legislativa. A gente debate o tema com quem faz as leis”, acrescentou Robério Camilo. Conforme o padre, professores da Universidade Federal do Rio Grande do Norte (UFRN) são chamados para dar base técnica ao discurso. As audiências deste ano ainda não têm data para acontecer.
O arcebispo de Natal lembrou de outras campanhas que inicialmente apresentaram bons resultados. “Tivemos uma campanha para a coleta seletiva do lixo, que deu um resultado, não digo que foi só pela campanha, mas contribuiu. Depois da campanha, desmoronou, ficou esquecida no tempo. Quase não vemos, a não ser em alguns órgãos públicos que, com mais cuidado e recursos, ainda estabelecem essa prática”, avaliou o arcebispo.
Dentre os objetivos específicos da campanha, não há previsão de diálogo com a iniciativa privada. “Somente no discurso geral. Como as paróquias estão presentes no chão dos biomas, então os sacerdotes e leigos estão sempre de olho no que pode acontecer”, disse o coordenador. Ele reconhece que o momento é importante para discutir um modelo de desenvolvimento. “Uma temática muito importante é a discussão do modelo econômico que a gente tem. É uma economia que tem que dialogar com a ecologia, onde a centralidade não é o dinheiro, é a pessoa, a natureza”, completou.
A Igreja conta com sua capilaridade para expandir a discussão deste ano pela sociedade. Os biomas são conjuntos de espécies animais, vegetais e ambientes naturais próprios em uma determinada região.
FIM DE SEMANA
Para marcar o início da campanha, nascida no Rio Grande do Norte há 55 anos (depois expandida para o Brasil), a igreja deverá realizar grandes eventos em todo o Estado. Na próxima sexta-feira, os potiguares serão anfitriões da abertura oficial da Campanha da Fraternidade de 2017 da Regional Nordeste 2, que congrega também Paraíba, Pernambuco e Alagoas. Representantes de 21 dioceses estarão aqui para um seminário, na cidade de Caicó, na noite de amanhã. No sábado, o povoado de Trangola, em Currais Novos, receberá uma visita dos bispos e coordenadores de campanhas. “É uma experiência de agricultura familiar, de reaproveitamento da água, de solo que a gente vai visitar”, contou.
Em Natal, o lançamento da campanha começa às 14h30, no Parque da Cidade, com uma programação para integração de fieis de várias paróquias. Às 16h30, haverá uma missa. No domingo, a abertura oficial no Estado está dividida em três regiões (Vicariatos). As outras duas celebrações são em São Paulo do Potengi e João Câmara.
Fonte: Tribuna do Norte
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