A obesidade no Brasil, vem aumentando em todos os
ciclos da vida (crianças, jovens e adultos). Há poucos trabalhos mostrando a
Prevalencia da obesidade em crianças e jovens. Uma pesquisa, em 2003, apontou a
prevalência do excesso de peso em algumas capitais brasileiras, onde chegou a
40% da população.
Maria Rita
Cuervo Milanez
Professora na Faculdade de Nutrição da PUCRS
O
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bservamos que
obesidade é uma doença dos nossos tempos. Nos países mais desenvolvidos, por
exemplo, nos Estados unidos, a obesidade atinge 30% da População. Qual seria o
problema maior das taxas aumentando o sobrepeso e a obesidade? A obesidade está
relacionada ao aumento de doenças crônicas não transmissíveis e a outros
fatores de risco (hipertensão arterial, diabetes, etc.). essas doenças juntas
são potencializadas e são as maiores causas de morte atualmente.
Mudanças de Habitos
Estamos
passando por um período de transição. Estão mudando os hábitos alimentares, o
jeito como as pessoas vivem (cada vez menos atividade física), e isso tem uma
associação direta com a obesidade. Em relação aos hábitos alimentares, nas mais
recentes pesquisas de base populacional, verificamos que na população
brasileira houve uma diminuição no consumo de feijão e de arroz; um aumento de
400% no consumo de refrigerante, e das porcarias (salgadinhos, bolachas, etc.).
O
consumo de frutas, verduras e legumes está muito aquém do que deveria ser,
porque normalmente se associa assim: a pessoa que come mais porcarias e bebe
refrigerantes, deixa de comer as frutas e verduras, então, há uma substituição.
Além disso, o aumento de refeições prontas, congelados, fast-foods também
substitui o alimento típico da família brasileira, fora isso, há o numero de
horas na frente da televisão, do computador e do videogame que, segundo as
pesquisas, está relacionado com o aumento de peso de crianças e jovens.
O
refrigerante, normalmente, substitui o consumo do leite. E grande parte da
estrutura óssea é consolidada no período da adolescência, até os 19 anos. E
isso poderá trazer, no futuro, um problema de osteoporose, que é uma das
doenças relevantes em saúde publica e que também tem a ver com a atividade física.
Um adolescente obeso tem uma chance de 70% a 80% de se tornar um adulto obeso,
e a criança, filha de pais obesos, tem 80% de se tornar obesa. E quando é só um
(ou o pai ou a mãe), essa chance é de 40%. A genética conta pouco, mas o habito
alimentar da família, o comportamento ambiental é muito mais responsável por
isso.
Escolhas saudáveis
Outra
coisa importante na questão da obesidade é a gordura, o percentual de
contribuição da gordura na dieta veem aumentando. Todos os industrializados são
fritos e contem um tipo de gordura que não é a gordura trans.
O
açúcar também é um elemento que vem aumentando na dieta. Ele, na verdade, é
chamado de “caloria vazia”, porque ele é só caloria, não traz
beneficio para a saúde, muito pelo contrario. A saúde bucal (boca) dos
brasileiros, de um modo geral, é péssima. E isso se dá em grande parte pelo
alto consumo de açúcar simples.
Apezar
do ritmo de vida ter modificado os hábitos da alimentação, podemos fazer
escolhas mais saudáveis. É possível levar uma fruta para fazer um lanche, optar
por alimentos não-fritos, optar pelo integral, ficar atento a questão da
atividade física, etc.
Além
da oferta de uma alimentação saudável nas escolas, também tem a questão da
educação, do habito. É papel da escola incentivar, estimular o consumo de uma
alimentação saudável. A educação nutricional deveria ser ministrada em todas as
escolas e isso implicaria em formação de professores para trabalhar com os
alunos. Muitas vezes, o tema é trabalhado dentro das ciências, mas teria que
fazer parte como um todo da educação e da saúde nas escolas, desde da escola
infantil, com as educadoras e com as famílias. Por enquanto, essa conduta,
depende muito do educador, porque, não é algo instituído na formação de
crianças e jovens.
A
educação vem da família e a escola é uma continuação. Por isso é preciso que se
trabalhe na escola. E a escola pode chamar a família e tentar reverter essa
situação. É na escola que está o caminho para a mudança.
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