sexta-feira, 7 de maio de 2021

No RN, cerca de 170 mil pessoas maiores de 18 anos já sofreram violência sexual alguma vez na vida

Número de mulheres violentadas sexualmente equivale a três vezes o número de  homens vitimados no estado, seguindo a tendência do nordeste 

No Rio Grande do Norte, 169 mil pessoas com 18 anos ou mais já sofreram  agressão sexual alguma vez na vida. Isso representa 6,4% da população potiguar  nesse grupo de idade. Desse total, 124 mil são mulheres, quase três vezes o número  de homens, 44 mil. Os dados foram divulgados hoje (07/05) pelo IBGE e fazem parte  da Pesquisa Nacional de Saúde (PNS) 2019 – volume 5.  

A pesquisa considera violência sexual quando uma pessoa for “tocada,  manipulada, beijada ou teve parte do corpo expostas contra a vontade; e/ou foi  ameaçada ou forçada a ter relações sexuais ou quaisquer atos sexuais contra a  vontade”.  

No Nordeste, o número estimado de mulheres violentadas sexualmente (1,8  milhão) é três vezes o de homens (612 mil). No cenário nacional essa diferença é  ainda maior, de quatro vezes. Em todo o Brasil, 7,4 milhões de mulheres sofreram  esse tipo de violência, enquanto o número de homens foi de 1,8 milhão. 

Violências 

Além da violência sexual, a PNS também pesquisou a violência física e  psicológica. No Rio Grande do Norte, 478 mil pessoas com 18 anos ou mais de idade  sofreram algum desses tipos de violência no período de 12 meses que antecedeu a  pesquisa. Isso equivale a 18,3% da população do estado nessa faixa de idade. 

Desse total, 15,2% das pessoas deixaram de realizar suas atividades habituais  em razão da violência que sofreram nos últimos 12 meses anteriores à pesquisa. Em  números absolutos, são 73 mil potiguares nessa situação. 

A pesquisa mostra também que 101 mil potiguares, com 18 anos ou mais de  idade, sofreram agressão física no período de referência. Em números proporcionais,  são 3,9% da população nessa faixa de idade.  

Agressões psicológicas 

Das 478 mil pessoas que sofreram algum tipo de violência no Rio Grande do  Norte, 94,7% foram agredidas psicologicamente no período de referência. Isso  significa que 453 mil pessoas receberam as seguintes agressões: foram ofendidas,  humilhadas ou ridicularizadas na frente de outras pessoas; foram alvo de grito ou  xingamento; sofreram ameaças, ofensas, xingamento ou tiveram suas imagens  expostas sem seu consentimento por meio de mídias sociais; receberam ameaça  verbal de feri-la ou alguém importante para esta pessoa a recebeu; ou teve algo  destruído de propósito por outra pessoa. 

Jovens e pessoas de menor escolaridade são mais negligentes  quanto ao uso do cinto de segurança 

A PNS também trouxe informações relevantes sobre a ocorrência de acidentes  e sua prevenção. 

O uso do cinto de segurança em veículos automóveis foi analisado em dois  cenários: o uso nos bancos da frente (motorista e passageiro), e o uso no banco  traseiro. Nota-se que as pessoas mais jovens e de menor escolaridade tendem a ser  menos prudentes quanto ao uso do equipamento, e que o uso do cinto de segurança  é mais negligenciado pelos passageiros no banco traseiro. 

Entre os potiguares, aproximadamente 79% “sempre utilizam” o cinto de  segurança no banco da frente. Já o uso do cinto de segurança no banco de trás é  mais raro, sendo realizado rigorosamente apenas por cerca de 58% da população do  estado. 

As pessoas com idade entre 18 e 29 anos são as menos rigorosas quanto ao  uso do cinto de segurança no Rio Grande do Norte. Enquanto a taxa de pessoas nas  faixas etárias acima de 40 anos de idade é de aproximadamente 83%, apenas 72%  das pessoas com idade entre 18 e 29 anos relataram “sempre usar” o cinto de  segurança nos bancos da frente. 

Foi verificado também que as pessoas com ensino superior completo são mais  prudentes quanto ao uso do cinto. Entre elas, 91% sempre utilizam o equipamento de segurança, enquanto apenas 80% ou menos das pessoas sem ensino superior  completo o utilizam de maneira rigorosa no estado. 

Na capital, chama atenção a diferença existente por sexo quanto ao uso do  cinto de segurança no banco de trás. Em Natal, os homens são mais prudentes quanto  ao uso do cinto de segurança quando ocupam o banco traseiro do que as mulheres.  O índice de uso foi de 63% para eles e de 48% para elas. 

Uso de capacete no RN é menor do que média do Brasil 

No Rio Grande do Norte, 64,3% dos motociclistas com 18 anos ou mais usam  capacete sempre que dirigem. A proporção está no mesmo patamar médio da região  Nordeste (68,6%). Ambas proporções são menores que a média do Brasil (82,6%). 

A pesquisa também constatou que há uma diferença quanto ao uso de  capacete em diferentes faixas de rendimento. Dos potiguares com renda de 2 a 3  salários mínimos, 86,6% sempre usam capacete quando dirigem uma moto. Por outro  lado, apenas 54,2% dos que possuem renda entre ¼ e meio salário mínimo usam  capacete quando pilotam uma moto. 

Passageiros 

Na capital do Rio Grande do Norte, em média 90% dos adultos de 18 a 59 anos  usam capacete quando estão como passageiros em motos. Entretanto, somente 62%  das pessoas de 60 anos ou mais usam o equipamento. Somados todos os grupos de  idade, 87,9% dos natalenses com 18 anos ou mais usam capacete na garupa da moto.

A média do Rio Grande do Norte é inferior: 66,3%. Todos os grupos de idade  estão estatisticamente no mesmo patamar.  

A PNS 2019 – volume 5 faz um retrato estrutural do Brasil segmentado em  cinco módulos: violências, acidentes, doenças transmissíveis, atividade sexual, e  características do trabalho e apoio social. Na próxima semana, um novo comunicado  à imprensa deve ser enviado com destaques dos últimos três módulos para o Rio  Grande do Norte. 

Natal, 7 de maio de 2021


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