Praticamente quebrada com
dívidas de R$ 2,5 bilhões, Ricardo Eletro está sendo vendida para fundo de
investimento com apoio de fornecedores
A Starboard Restructuring Partners,
fundo de gestão de investimento em ativos em dificuldades e reestruturação de
empresas, vai adquirir o controle da Máquina de Vendas, com aporte de R$ 250
milhões. Para formalizar o acordo, a companhia vai protocolar no início da
próxima semana seu processo de recuperação extrajudicial, já contando com a
anuência da maioria dos fornecedores, garante uma fonte próxima à companhia.
Com uma dívida de R$ 2,5 bilhões, a Máquina de Vendas acordou com seus credores
— os bancos incluídos — o alongamento do prazo de pagamento dos débitos por
cinco anos. E deverá receber, contando com o recurso da Starboard, aporte total
de R$ 1,2 bilhão.
– A Starboard vai adquirir a fatia
majoritária e assumir a gestão da Máquina de Vendas, com um investimento direto
de R$ 250 milhões. Além disso, os fornecedores deram um prazo maior para
pagamento dos créditos e, em paralelo, eles farão aporte de mais R$ 600 milhões
a R$ 800 milhões na companhia. Virão também recursos de outros fundos, somando
R$ 1,2 bilhão – conta essa fonte.
Atualmente, a Starboad avalia um
total de sete ativos no país que podem ser adquiridos pela empresa — que já
apresentou uma proposta para adquirir a parcela da Odebrecht TransPort na
fluminense SuperVia – que conta com um fundo com R$ 1,5 bilhão em recursos para
investimentos em companhias em situação especial ou em dificuldade no Brasil. A
Máquina de Vendas será o primeiro a sair do papel.
– O Apollo Global Management, que
chegou a ser identificado como o comprador da Máquina de Vendas, é um sócio
minoritário da Starboard e que contribui para esse fundo de investimento –
explica o executivo.
A Starboard e o Apollo Gloal
Management – que encerrou junho com US$ 270 bilhões em ativos sob sua gestão –
deram as mãos em fevereiro deste ano, justamente com o objetivo de mapear
oportunidades de investir em empresas em dificuldades no Brasil.
Outro pilar da negociação é que os
grandes bancos credores, que equivalem a R$ 1,5 bilhão da dívida, concordaram
em postergar seus recebimentos por um prazo de cinco anos, o que vai dar fôlego
à companhia, afirma a fonte.
A Máquina de Vendas nasceu da união
entre Insinuante e a Ricardo Eletro, selada em 2010. Nos dois anos seguintes, o
grupo adquiriu outras três varejistas: City Lar, Eletro Shopping e Salfer.
Desde 2016, colocou todas as marcas sob a bandeira Ricardo Eletro. Atualmente,
a rede conta com 650 lojas, tendo fechado 500 unidades de 2014 para cá. Ao
todo, tem 13 mil funcionários.
O GLOBO
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