quarta-feira, 8 de novembro de 2017

ABRIR OU NÃO ABRIR AS COMPORTAS, EIS A QUESTÃO.

Abrir e atender os interesses dos produtores rurais (pequenos, médios e grandes), criadores de camarão, pecuaristas e donos de indústrias da jusante do rio, atualmente dispondo de baixo volume de água?
Ou não abrir e manter a atividade pesqueira, agricultura, pecuária, turismo e lazer na parte montante da barragem?
Eis a questão...
Depois de mais uma "disputa" pelas águas do Rio Ceará Mirim, durante audiência pública na Câmara de Vereadores, ontem (07/11), a população de Poço Branco se mostrou contrária à abertura das comportas. Pelo menos, a maioria absoluta se posicionou assim: tanto os que estavam na Câmara, como os internautas e os que estavam em suas casas.
Para a maioria não há garantia de bom inverno para os próximos meses e, no atual cenário, esvaziar a barragem significaria o fim da atividade pesqueira, dentre outras. "O impacto negativo na economia do municipio será imediato e incalculável", dizem muitos.
Nem os argumentos técnicos dos representantes do DNOCS e Governo do Estado (que chegaram a apelar para a caridade e compreensão humanas), nem o pagamento do seguro defeso aos pescadores (dez/17 a fev/18) convenceram os presentes à sessão legislativa.
Enquanto os pescadores defendem a sua sobrevivência, a população de Poço Branco acredita que a abertura das comportas, como já ocorreu, mais uma vez irá beneficiar o interesse econômico de fazendeiros que usam (e até represam) as águas do Rio Ceará Mirim.
Se a abertura das comportas pode secar o reservatório, diminuindo o oxigênio e matando peixes, a evaporação da água pela ação solar, infiltrações e vazamentos preocupam, pois também esvaziam o rio: acima ou abaixo da parede.
A evaporação da água é inevitável e depende de vários fatores. Por isso é muito complexa de ser estimada para um contingente superior a 8 milhões de metros cúbicos. Grandezas como a superfície da bacia, as temperaturas do ar e da água, a umidade relativa do ar e a velocidade do vento são importantes para o cálculo da evaporação.
Sem chuvas, para a abertura das comportas a uma vazão constante de 0,45 metros cúbicos por segundo (desprezando- se a evaporação da água, infiltrações e vazamentos) a barragem atingiria seu volume morto em pouco mais de 4 meses - tempo que deve ser bem mais curto considerando os demais fatores.
Se não chover nos próximos meses, parece óbvio que ambos os lados serão prejudicados. Todos sofrerão os efeitos danosos de uma seca que se arrasta há mais de 5 anos. Seja qual for a medida adotada, ambas as áreas serão prejudicadas - uma, possivelmente, mais do que a outra, infelizmente.



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