quarta-feira, 1 de março de 2017

#1973 – TRAGÉDIA NA ROTA RIO/PARIS DA VARIG: 123 MORTOS E 11 SOBREVIVENTES

Na tarde de 11/07/1973, um acidente na rota entre o Rio de Janeiro e Paris chocou o mundo. O Voo Varig RG-820 partiu do Aeroporto Internacional de Galeão, no Rio com destino a Londres, Inglaterra e uma escala no Aeroporto de Orly, em Paris, França. Faltando apenas um minuto para atingir a pista do Aeroporto de Orly, o Boeing 707 do voo RG 820 da Varig fez um pouso forçado em função de um incêndio dentro da aeronave.

A causa mais provável foi uma ponta de cigarro acesa, que teria sido jogada na lixeira do toalete da aeronave no orifício coletor de papéis no toalete, poucos minutos antes da chegada à escala em Paris. O avião já se encontrava em procedimentos de descida, com todos os passageiros em seus assentos presos pelos cintos de segurança, quando uma fumaça densa e tóxica começou a tomar conta da aeronave, provocando desmaios entre os passageiros.

Membros da tripulação tentaram conter o incêndio que principiava no fundo do avião, na área dos banheiros, mas não conseguiram encontrar uma maneira de apagá-lo. A aterrissagem de emergência foi feita pouco mais de 1km da pista de Orly, num campo de cebolas da vila de Saulx-les-Chartreux, ao sul de Paris. O incêndio, a fumaça e a aterrissagem forçada resultaram em 123 mortes, com apenas onze sobreviventes (dez tripulantes e um passageiro).

Os pilotos não conseguiam ver nada através da fumaça que invadiu a cabine e perderam a comunicação com a torre de comando do aeroporto. Quando a aeronave realizou o pouso de emergência, a maioria das pessoas a bordo já havia morrido, intoxicada pela inalação da fumaça.

Apenas um passageiro sobreviveu — Ricardo Trajano, de 19 anos, que se recusou a atender a ordem dos comissários de ficar sentado preso pelo cinto e pousou sentado no chão e agarrado na porta da cabine —, enquanto a maior parte da tripulação deixou o avião pela saída de emergência da cabine do piloto.

Ricardo foi retirado desmaiado e agonizando do avião, pelo primeiro bombeiro francês que chegou ao local, Jean-Marc Veron, oito minutos após o pouso forçado, que conseguiu abrir a porta principal do avião, encontrando um corpo caído encostado nela. Parte do seu corpo estava queimado porque após o pouso o teto do avião desabou em fogo sobre o interior da aeronave.

Um ano após a tragédia, já recuperado depois de passar dois meses internado no Hospital da Beneficência Portuguesa, no Rio de Janeiro, transladado de maca de Paris num voo especial da Varig, Ricardo Trajano entrou numa loja da Varig e dirigiu-se à surpresa atendente do balcão de passagens dizendo: "No ano passado comprei uma passagem para Londres, mas o avião caiu e eu não cheguei lá. Acho que tenho direito a outra." A passagem foi emitida imediatamente.

Os sobreviventes escaparam com ferimentos, queimaduras e fraturas pelo corpo, provocadas pelo pouso forçado no terreno irregular, incluindo o 1º oficial Antônio Fuzimoto — responsável pelo comando nos momentos finais e pelo pouso no campo, por completa impossibilidade de visão do comandante Gilberto Araújo — com fratura exposta no braço.

Por sua perícia profissional em impedir que o Boeing 707 em chamas caísse sobre os subúrbios de Paris, fazendo-o pousar num campo de cebolas ao lado do vilarejo de Saulx-les-Chartreux, a alguns quilômetros da cabeceira da pista do aeroporto, o comandante Gilberto foi condecorado pelo Ministério dos Transportes da República da França — e considerado herói nacional francês, apesar de brasileiro — e pelo governo brasileiro com a Ordem do Mérito Aeronáutico, no grau de Cavaleiro.

Em 1979, sei anos depois da tragédia, o comandante Gilberto Araújo da Silva, desapareceria enquanto comandava outro voo, de carga, sobre o Oceano Pacífico, na rota Tóquio–Los Angeles–Rio de Janeiro. Como nenhum sinal do avião jamais foi encontrado, esse acidente é até hoje um dos maiores mistérios da aviação mundial.

Entre as vítimas fatais estavam personalidades, como o cantor Agostinho dos Santos, a atriz e socialite Regina Lecléry, o iatista Jörg Bruder, o senador Filinto Müller, então presidente do Senado Federal, e os jornalistas Júlio Delamare e Antônio Carlos Scavone.

Após o desastre, a Federal Aviation Administration exigiu medidas de segurança em todos os aviões, como a colocação de avisos proibindo o fumo nos toaletes e a colocação de cigarros nos cestos de lixo, o anúncio aos ocupantes de que é proibido fumar naquele local, instalação de cinzeiros em determinados pontos da cabine e a realização de inspeções periódicas nos toaletes. Posteriormente o fumo seria banido dos aviões.


Fontes: Wikipédia e Revista Época.
Texto Extraido da Pagina: FATOS HISTÓRICOS BRASILEIROS

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