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quinta-feira, 1 de dezembro de 2022

Release: Desigualdades Sociais por Cor ou Raça no Brasil 2ª edição

 

 

Taxa de desocupação entre pretos no Rio Grande do Norte é a maior desde 2012

 

O IBGE divulgou a 2ª edição do estudo Desigualdades Sociais por cor ou Raça no Brasil que tem como objetivo mostrar as desigualdades sociais por cor ou raça, a partir da construção de um quadro composto por dimensões das condições de vida da população brasileira, como mercado de trabalho e distribuição de renda, condições de moradia e patrimônio e educação. São analisados, da mesma forma, indicadores relativos à violência, à representação política e ao ambiente político do Município.

 

No mercado de trabalho, a taxa de desocupação do Rio Grade do Norte em 2021 foi de 15,6%, maior do que a registrada em 2012 que foi de 10,8%. Entre as pessoas brancas essa taxa foi de 13,0%, menor se comparada entre pretas (18,9%) e pardas (16,9%). Ao longo dos anos a disparidade também aumentou. Enquanto que em 2012 a taxa de desocupação entre pessoas brancas era de 9,1%, entre pretas era de 8,8% e pardas 12,2%.  

 

Para o IBGE, considera-se taxa de desocupação o percentual de pessoas desocupadas, na semana de referência em relação ao total de pessoas na força de trabalho. 

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O estudo também trouxe dados sobre ocupação formal e informal, por cor ou raça. O total de postos formais e informais ocupados por pessoas pretas no Rio Grande do Norte saiu de 38 mil em 2012 para 126 mil em 2021, um aumento percentual de aproximadamente 228%. Porém, a quantidade de postos formais e informais ocupados por pretos continua sendo menor do que os ocupados por brancos e pardos. Em 2021, pessoas brancas ocupavam 520 mil postos formais e informais, uma diferença de aproximadamente 311% em relação aos postos ocupados por pessoas pretas. Já na comparação com pessoas pardas, foram 653 mil postos ocupados, uma diferença de aproximadamente 417%. 

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O IBGE também buscou saber informações sobre as condições de moradia da população. Um dos quesitos levantados foi quanto seria o valor médio do aluguel estimado dos domicílios próprios caso eles fossem alugados nos anos de 2017 e 2018. No Rio Grande do Norte, a média total estimada era de R$ 424,00. Já para pessoas brancas, essa média subiu para R$ 500,00 e, entre pessoas pretas ou pardas, a estimativa era de R$ 379,00, diferença de R$121,17.

 

Entre as Unidades da Federação, o Distrito Federal apresentou a maior diferença entre brancos e pretos ou pardos (R$ 692,80), já a menor foi a do Acre (R$ 40,63). No Brasil, o valor do aluguel estimado dos domicílios próprios de pessoas brancas era de R$ 998,00, enquanto que para pessoas pretas ou pardas essa média caiu para R$ 555,00, diferença de R$ 443,32. 

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Segurança nas escolas 

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Em 2019, o percentual de escolares de 13 a 17 anos que não compareceram à escola por falta de segurança no trajeto casa-escola ou na escola nos 30 dias anteriores a pesquisa foi de 15,1% no Rio Grande do Norte. Este percentual era de 13,6% entre escolares brancos; 18% entre pretos; e 14,2% entre pardos.

O percentual de escolares pretos que se sentiram inseguros para irem ou permanecerem na escola foi maior do que brancos e pardos em 20 das 26 Unidades da Federação mais o Distrito Federal. Destaque para Roraima, com 27,2% das crianças pretas se sentindo inseguras, enquanto que brancas e pardas foram 18,4% e 17,4% respectivamente.

 

Esses dados foram extraídos da Pesquisa Nacional de Saúde do Escolar. Da mesma pesquisa foram extraídos dados sobre os escolares de 13 a 17 anos que estiveram envolvidos em briga na qual alguma pessoa usou arma branca. Acompanhado do Ceará, o Rio Grande do Norte é o estado brasileiro com o menor percentual nacional (3,7%) de escolares de 13 a 17 anos que, em 2019, estiveram envolvidos em briga na qual alguma pessoa usou arma branca nos 30 dias anteriores à pesquisa. Desse percentual, no estado potiguar, 3,2% eram brancos, 5,1% pretos e 3,6% pardos.  

 

Nacionalmente, esses valores caíram se comparado a anos anteriores. Em 2015, o percentual nacional total foi de 7,9%, brancos 6,1%, pretos 13,8% e pardos 7,4%. Já em 2019, os números foram menores, porém o percentual de pessoas pretas (7,3%) que se envolveram em brigas com uso de arma branca ainda supera o de pessoas brancas (4,0%) e pardas (4,5%). 

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Em 2020, apenas 3 prefeitos eleitos no RN eram pretos

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No estudo, o IBGE também compilou dados do Tribunal Superior Eleitoral referentes às eleições locais de 2020 (prefeitos e vereadores). Em 2020, o número de prefeitos eleitos no Rio Grande do norte por cor ou raça foi de 109 brancos (65,7%), 3 pretos (1,8%) e 53 pardos (31,9%). Já em 2016 a realidade foi semelhante, sendo 57,6% de prefeitos eleitos brancos, 0,5% pretos e 41,3% pardos.  

 

Já no Brasil, em 2020 apenas 2,0% (ante 1,7% em 2016) dos prefeitos eleitos eram pretos, enquanto que 67,1% (ante 70,3% em 2016) eram brancos e 30% (ante 27,4% em 2016) eram pardos. Ademais, em 2020, seis estados brasileiros não elegeram nenhum prefeito preto e nove elegeram apenas um.

 

Já com relação aos vereadores eleitos no RN em 2020, 823 deles declararam ser brancos (49,8%), 72 pretos (4,4%) e 742 pardos (44,9%). 

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No RN, candidatos pretos acessaram menos recursos nas eleições locais de 2020 para prefeito

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Nas eleições para prefeito de 2020, o Rio Grande do Norte contou com 312 candidatos brancos, 18 pretos e 183 pardos. Dos candidatos brancos, mais da metade, 81,1%, tiveram receita de R$ 20 mil a 500 mil, enquanto que apenas 41,2% dos candidatos pretos dispuseram desses recursos para financiar suas campanhas. A maior parte dos candidatos pretos, 58,8%, só dispuseram de recursos de até R$ 20 mil. Nessa mesma análise, 73,1% dos candidatos pardos tiveram receita entre R$ 20 mil e R$ 500 mil e 25,7% financiaram suas campanhas com até R$ 20 mil. 

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A campanha para prefeito em 2020 no Rio Grande do Norte teve uma receita de candidatura total de aproximadamente R$ 39 milhões. Desse total e em valores aproximados, R$ 26 milhões foi destinado a campanha dos 312 candidatos brancos, R$ 1 milhão para a campanha dos 18 candidatos pretos e R$ 11 milhões para a candidatura dos 183 candidatos pardos.  

 

De posse desses dados, pode-se dizer que no RN a receita disponível por candidato branco era de aproximadamente R$ 86.460,00; por candidato preto de aproximadamente R$ 57.680,00; e por candidato pardo de R$ 63.700,00.

Já no Brasil, a receita por candidatura foi em média de R$ 116.250,00 por candidato branco, R$ 112.600,00 por candidato preto e R$ 98.350,00 por candidato pardo. 

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sábado, 25 de março de 2017

New York Times diz que o Brasil se tornará um país de pobres e miseráveis com Temer e PSDB

O jornal norte-americano The New York Times critica a “desigualdade” nas reformas fiscais em curso no Brasil. Em reportagem publicada na sexta-feira, 3, o jornal relata que, enquanto os trabalhadores terão benefícios cortados, juízes e políticos têm aumentos de salários e cita que o Congresso, “em vias de aprovar uma reforma previdenciária”, agora está permitindo que seus membros obtenham pensão vitalícia depois de apenas dois anos.

O texto lembra que Michel Temer defende o corte de gastos, mas não ajudou a sua popularidade realizar um “banquete pago com dinheiro de contribuintes” para persuadir os deputados a aprovarem suas reformas. Para o NYT, embora alguns sinais de recuperação econômica tenham surgido, a situação do povo nas ruas “conta uma história diferente”.

A partir do depoimento de personagens, o jornal afirma que o governo defende que todos precisam aderir ao programa de austeridade, mas sua postura indica que “a pressão é sobre os menos favorecidos”. Menciona que uma das principais “conquistas” do governo Temer – a aprovação de um teto para os gastos públicos – é também um dos seus calcanhares de Aquiles.

“O sistema tem tudo para aumentar a desigualdade, mas Temer está minimizando a ideia de que o Brasil precisa de uma reforma no estilo grego”, comenta Pedro Paulo Zahluth Bastos, economista da Unicamp. A falta de cobrança de impostos sobre os rendimentos de proprietários de ações também é citada como um dos pontos críticos.
A reportagem do correspondente Simon Romero também cita a situação financeira do Rio de Janeiro, que é vista como um “case” da seriedade do problema no Brasil. Em função do descontentamento da população, completa o jornal, políticos ultraconservadores como Jair Bolsonaro vem ganhando espaço no País.

Leia Matéria Aqui (Site em Inglês – Sugerimos o Google Tradutor para Fazer a Tradução dos Textos deste Site): https://www.nytimes.com/2017/01/05/opinion/the-end-of-the-world-in-brazil-its-already-here.html?_r=0

Fonte da Informação: Site  Falando Verdades


Tags: Perda de Direito – Governo Federal – Michel Temer – Greves – Noticias – Nacionais – Brasil – Brasilia (DF)

domingo, 9 de outubro de 2016

Michel Temer exclui 10 milhões de famílias do Bolsa Família

Plano de Temer exclui mais de 10 milhões de famílias do Bolsa Família. Ao voltar-se apenas para os 5% dos mais pobres entre todos os pobres, nem a extrema pobreza será atendida pelo programa. Desigualdade tende a se aprofundar

Com as mudanças previstas, Bolsa Família deverá beneficiar apenas uma em cada quatro famílias nordestinas que necessitam do benefício

Cida de Oliveira, RBA
Se a proposta de meta fiscal do governo interino de Michel Temer vier a ser implementada, os programas sociais deverão ser fortemente atingidos. O Programa Bolsa Família (PBF), especialmente, deixará de atender a 10 milhões de famílias pobres que necessitam do benefício. A estimativa é do estudo Os impactos do Plano Temer nas políticas sociais: o caso do Bolsa Família, lançado hoje (25) pela Fundação Perseu Abramo (FPA), em São Paulo. Trata-se do primeiro de uma série que será produzida a partir do monitoramento da Fundação sobre as políticas de Temer.
Conforme destacou o presidente da FPA, o economista Marcio Pochmann, na era Temer, o sistema público deverá voltar-se fundamentalmente aos 5% mais pobres. Isso porque, segundo o documento “Uma Ponte para o Futuro”, do PMDB, esse percentual não estaria inserido na economia e reside em comunidades isoladas, esparsas, somente para os quais os equipamentos e serviços públicos e programas de sustentação de renda devem ser descentralizados. Assim, não haveria necessidade do programa nas regiões metropolitanas.
Segundo as informações oficiais do IBGE e disponíveis na Pnad de 2014, o contingente dos 5% mais pobres seria de 3,4 milhões de famílias, equivalendo a cerca de 12,2 milhões de pessoas. O rendimento médio dessas famílias era de apenas R$ 176 mensais (R$ 5,87 por dia para família ou R$ 1,63 per capita ao dia). Para o ano de 2014 e o mesmo parâmetro de pobreza, contabilizava-se pela Pnad o contingente de 14,3 milhões de famílias de pobres. Pelo PBF, 13,9 milhões de famílias eram atendidas em abril de 2016, o que equivalia a cobertura de 97,3% dos pobres estimados pelas informações do IBGE de 2014.
“As pessoas das regiões urbanas, onde há grandes bolsões de extrema pobreza, deverão ser as mais afetadas por mudanças no programa. Em São Paulo, o estado mais rico, a pobreza está nos grandes centros, em bairros que concentram as famílias mais pobres”, destacou Pochmann. Ele lembrou ainda posicionamento do ministro da Saúde, Ricardo Barros (PP-PR), para quem o país não tem condições de manter os direitos que a Constituição garante, entre eles, a universalidade do acesso à saúde.
Em 2015, enquanto deputado federal relator do Orçamento Geral da União, Barros propôs oficialmente o corte de R$ 10 bilhões de recursos para o Bolsa Família, levando à retirada de 23 milhões de pessoas do programa de transferência de renda, sendo 11 milhões de crianças e adolescentes de até 18 anos. “Agora ministro, ele vive defendendo a repactuação, como na Grécia, que cortou as aposentadorias”, disse.
Segundo o estudo, a implementação da proposta do Plano Temer vai afetar a todas as regiões. Porém, o Centro-Oeste, que atualmente possui a maior cobertura nacional pelo programa, passaria a ter a menor proporção de cobertura, com apenas 20% das famílias assistidas (137,7 mil famílias). Na sequência, a região Norte, com 21,2% (370 mil famílias), região Sul, com 21,8% (236 mil), Sudeste, com 22% (843 mil famílias), e Nordeste, com 25,9% (1,8 milhão de famílias).
Todos os estados serão prejudicados, porém, a situação será mais grave no Amapá (16,1% de cobertura e somente 9,5 mil famílias atendidas), Rio de Janeiro (16,3% e 133,3 mil famílias), Distrito Federal (18,2% e 20,1 mil famílias), e Paraná (19,3% e 86,3 mil famílias atendidas). Não existem estados os quais possam ser enquadrados como pouco prejudicados.
Na região Centro-Oeste, 20% das famílias que necessitam do benefício serão excluídas. No Nordeste, só um quarto delas será beneficiada. Serão 7 milhões de pessoas desassistidas só no Nordeste.
A Bahia, hoje o estado com maior número de bolsistas, deverá ter 1.3 milhão de famílias excluídas. Em São Paulo, o segundo, será 1,1 milhão. Minas Gerais, 1 milhão de famílias, Ceará, 840 mil, e Pará, 700 mil famílias.
Apenas a região Nordeste contará com 5,1 milhões de famílias em situação de pobreza não atendidas. As regiões Sudeste com 3 milhões, Norte com 1,4 milhões, Sul com 850 mil e Centro-Oeste com 550 mil, completam o quadro da possível tragédia social que se avizinha.
Do conjunto das 10,5 milhões de famílias passíveis de exclusão pela proposta do Plano Temer, 49,6% pertencem à região Nordeste, 25,5% ao Sudeste, 12,9% ao Norte, 6,5% ao Sul e 5,5% ao Centro-Oeste. E da economia dos R$ 20,9 bilhões, 51,7% deixarão de ir para a região Nordeste, 23,1% ao Sudeste, 14,5% ao Norte, 5,8% ao Sul e 5% ao Centro-Oeste.
“Impacto social significativo, com agravamento da situação de uma população vulnerável, com baixa escolaridade, com história de exclusão social. Haverá aumento da pobreza, subnutrição, violência, com maior impacto sobre o sistema de saúde. E evasão escolar, já que a frequência à escola é condição para recebimento da bolsa. Poucos estados mantiveram seus programas de transferência de renda, desarticularam-os, reunindo-se em torno do programa federal. Há cidades em que mais da metade da população está na pobreza”, disse o economista.
Pochmann lembrou que nos governos petistas de Luiz Inácio Lula da Silva e Dilma Rousseff as políticas sociais foram mantidas mesmo durante a grave crise de dimensão global iniciada em 2008. “O Brasil rompeu com o padrão governamental de internalizar medidas recessivas, como era desde 1981. Com isso, não houve corte de gastos sociais, o que permitiu proteger melhor a população em geral, sobretudo a situada na base da pirâmide social”, disse.
Inovador ao reunir várias políticas de transferência de renda, o Bolsa Família é reconhecido e premiado no Brasil e no exterior. Pagando um benefício em média de R$ 160, é responsável por retirar 36 milhões de pessoas da linha de pobreza e ainda é um mecanismo que estimula economias regionais. De acordo com dados do Ipea, para cada R$ 1 gasto com o Bolsa Família, são adicionados ao PIB R$ 1,78.
Segundo Pochmann, é assim porque a família pobre precisa gastar uma parcela maior de sua renda mensal do que outras classes econômicas. “Assim, os R$ 27,6 bilhões gastos em 2015 com transferência aos beneficiários incrementou o PIB do mesmo ano em R$ 49,2 bilhões”, disse. “Enquanto os Estados Unidos comprometem 2% de seu PIB em programas focalizados, o Bolsa Família respondeu em 2015 por 0,46% do PIB brasileiro.

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