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quinta-feira, 1 de dezembro de 2022

Release: Desigualdades Sociais por Cor ou Raça no Brasil 2ª edição

 

 

Taxa de desocupação entre pretos no Rio Grande do Norte é a maior desde 2012

 

O IBGE divulgou a 2ª edição do estudo Desigualdades Sociais por cor ou Raça no Brasil que tem como objetivo mostrar as desigualdades sociais por cor ou raça, a partir da construção de um quadro composto por dimensões das condições de vida da população brasileira, como mercado de trabalho e distribuição de renda, condições de moradia e patrimônio e educação. São analisados, da mesma forma, indicadores relativos à violência, à representação política e ao ambiente político do Município.

 

No mercado de trabalho, a taxa de desocupação do Rio Grade do Norte em 2021 foi de 15,6%, maior do que a registrada em 2012 que foi de 10,8%. Entre as pessoas brancas essa taxa foi de 13,0%, menor se comparada entre pretas (18,9%) e pardas (16,9%). Ao longo dos anos a disparidade também aumentou. Enquanto que em 2012 a taxa de desocupação entre pessoas brancas era de 9,1%, entre pretas era de 8,8% e pardas 12,2%.  

 

Para o IBGE, considera-se taxa de desocupação o percentual de pessoas desocupadas, na semana de referência em relação ao total de pessoas na força de trabalho. 

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O estudo também trouxe dados sobre ocupação formal e informal, por cor ou raça. O total de postos formais e informais ocupados por pessoas pretas no Rio Grande do Norte saiu de 38 mil em 2012 para 126 mil em 2021, um aumento percentual de aproximadamente 228%. Porém, a quantidade de postos formais e informais ocupados por pretos continua sendo menor do que os ocupados por brancos e pardos. Em 2021, pessoas brancas ocupavam 520 mil postos formais e informais, uma diferença de aproximadamente 311% em relação aos postos ocupados por pessoas pretas. Já na comparação com pessoas pardas, foram 653 mil postos ocupados, uma diferença de aproximadamente 417%. 

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O IBGE também buscou saber informações sobre as condições de moradia da população. Um dos quesitos levantados foi quanto seria o valor médio do aluguel estimado dos domicílios próprios caso eles fossem alugados nos anos de 2017 e 2018. No Rio Grande do Norte, a média total estimada era de R$ 424,00. Já para pessoas brancas, essa média subiu para R$ 500,00 e, entre pessoas pretas ou pardas, a estimativa era de R$ 379,00, diferença de R$121,17.

 

Entre as Unidades da Federação, o Distrito Federal apresentou a maior diferença entre brancos e pretos ou pardos (R$ 692,80), já a menor foi a do Acre (R$ 40,63). No Brasil, o valor do aluguel estimado dos domicílios próprios de pessoas brancas era de R$ 998,00, enquanto que para pessoas pretas ou pardas essa média caiu para R$ 555,00, diferença de R$ 443,32. 

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Segurança nas escolas 

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Em 2019, o percentual de escolares de 13 a 17 anos que não compareceram à escola por falta de segurança no trajeto casa-escola ou na escola nos 30 dias anteriores a pesquisa foi de 15,1% no Rio Grande do Norte. Este percentual era de 13,6% entre escolares brancos; 18% entre pretos; e 14,2% entre pardos.

O percentual de escolares pretos que se sentiram inseguros para irem ou permanecerem na escola foi maior do que brancos e pardos em 20 das 26 Unidades da Federação mais o Distrito Federal. Destaque para Roraima, com 27,2% das crianças pretas se sentindo inseguras, enquanto que brancas e pardas foram 18,4% e 17,4% respectivamente.

 

Esses dados foram extraídos da Pesquisa Nacional de Saúde do Escolar. Da mesma pesquisa foram extraídos dados sobre os escolares de 13 a 17 anos que estiveram envolvidos em briga na qual alguma pessoa usou arma branca. Acompanhado do Ceará, o Rio Grande do Norte é o estado brasileiro com o menor percentual nacional (3,7%) de escolares de 13 a 17 anos que, em 2019, estiveram envolvidos em briga na qual alguma pessoa usou arma branca nos 30 dias anteriores à pesquisa. Desse percentual, no estado potiguar, 3,2% eram brancos, 5,1% pretos e 3,6% pardos.  

 

Nacionalmente, esses valores caíram se comparado a anos anteriores. Em 2015, o percentual nacional total foi de 7,9%, brancos 6,1%, pretos 13,8% e pardos 7,4%. Já em 2019, os números foram menores, porém o percentual de pessoas pretas (7,3%) que se envolveram em brigas com uso de arma branca ainda supera o de pessoas brancas (4,0%) e pardas (4,5%). 

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Em 2020, apenas 3 prefeitos eleitos no RN eram pretos

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No estudo, o IBGE também compilou dados do Tribunal Superior Eleitoral referentes às eleições locais de 2020 (prefeitos e vereadores). Em 2020, o número de prefeitos eleitos no Rio Grande do norte por cor ou raça foi de 109 brancos (65,7%), 3 pretos (1,8%) e 53 pardos (31,9%). Já em 2016 a realidade foi semelhante, sendo 57,6% de prefeitos eleitos brancos, 0,5% pretos e 41,3% pardos.  

 

Já no Brasil, em 2020 apenas 2,0% (ante 1,7% em 2016) dos prefeitos eleitos eram pretos, enquanto que 67,1% (ante 70,3% em 2016) eram brancos e 30% (ante 27,4% em 2016) eram pardos. Ademais, em 2020, seis estados brasileiros não elegeram nenhum prefeito preto e nove elegeram apenas um.

 

Já com relação aos vereadores eleitos no RN em 2020, 823 deles declararam ser brancos (49,8%), 72 pretos (4,4%) e 742 pardos (44,9%). 

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No RN, candidatos pretos acessaram menos recursos nas eleições locais de 2020 para prefeito

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Nas eleições para prefeito de 2020, o Rio Grande do Norte contou com 312 candidatos brancos, 18 pretos e 183 pardos. Dos candidatos brancos, mais da metade, 81,1%, tiveram receita de R$ 20 mil a 500 mil, enquanto que apenas 41,2% dos candidatos pretos dispuseram desses recursos para financiar suas campanhas. A maior parte dos candidatos pretos, 58,8%, só dispuseram de recursos de até R$ 20 mil. Nessa mesma análise, 73,1% dos candidatos pardos tiveram receita entre R$ 20 mil e R$ 500 mil e 25,7% financiaram suas campanhas com até R$ 20 mil. 

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A campanha para prefeito em 2020 no Rio Grande do Norte teve uma receita de candidatura total de aproximadamente R$ 39 milhões. Desse total e em valores aproximados, R$ 26 milhões foi destinado a campanha dos 312 candidatos brancos, R$ 1 milhão para a campanha dos 18 candidatos pretos e R$ 11 milhões para a candidatura dos 183 candidatos pardos.  

 

De posse desses dados, pode-se dizer que no RN a receita disponível por candidato branco era de aproximadamente R$ 86.460,00; por candidato preto de aproximadamente R$ 57.680,00; e por candidato pardo de R$ 63.700,00.

Já no Brasil, a receita por candidatura foi em média de R$ 116.250,00 por candidato branco, R$ 112.600,00 por candidato preto e R$ 98.350,00 por candidato pardo. 

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terça-feira, 1 de novembro de 2022

Com 30 municípios finalizados, Censo 2022 deve ser concluído em novembro no RN

Mais de 2,8 milhões de pessoas foram contados nos primeiros três meses de pesquisa 

No Rio Grande do Norte, 30 municípios finalizaram o Censo Demográfico 2022 até 31 de outubro. Desde 1º de agosto, 2.865.867 pessoas foram contadas em todo o território potiguar. Os dados são do terceiro balanço sobre a execução da pesquisa, divulgado hoje (1º) pelo IBGE.

 

O novo prazo para encerrar o Censo no Rio Grande do Norte é 21 de novembro. Com a pesquisa em campo em 94,3% dos setores censitários, o estado é o terceiro mais avançado do Brasil. Apenas Sergipe (95,2%) e Piauí (94,7%) estão à frente. Os setores são pedaços do território criados pelo IBGE para facilitar a coleta de pesquisas. Neste aspecto, a média nacional (78,9%) está abaixo da região Nordeste (88,2%).

 

O desempenho de cada estado no Censo também pode ser medido ao observar o quanto da população estimada foi contada pela operação censitária. Todo ano, o IBGE calcula uma estimativa da população com base em censos anteriores. Para 2021, a estimativa da população potiguar era de 3.560.903 pessoas.




 

Até 31 de outubro, o IBGE encontrou 80,4% das pessoas esperadas na estimativa, o que reafirma o RN como um dos três estados mais avançados. A estimativa da população é uma base de partida para o Censo. O resultado válido para o Censo 2022 será o encontrado ao final da pesquisa independentemente de coincidir com a estimativa.


Em todo o Brasil, 136.022.192 pessoas foram recenseadas nos primeiros três meses de pesquisa. Nacionalmente, a coleta do Censo deve ser finalizada em 5 de dezembro.

 
Mulheres e homens

Neste terceiro balanço parcial da maior pesquisa do Brasil, a população feminina continua como maioria dos potiguares, com 1.482.684 mulheres, frente a 1.383.183 homens já recenseados.

 

Dos 982.508 domicílios recenseados, a modalidade de resposta presencial foi a preferida em 977.393 lares. Moradores de 2.952 residências responderam o Censo por telefone. A resposta por internet ocorreu em apenas 2.163 domicílios. Nessas duas modalidades, o morador necessariamente deve ter contato prévio com o recenseador, mesmo que não seja presencial (interfone, folha de recado etc).

 
Quilombolas e indígenas

A população quilombola recenseada nos primeiros meses do Censo 2022 é de 19.054 pessoas no Rio Grande do Norte. Os povos indígenas chegaram a 10.670 pessoas.

 

As comunidades quilombolas já eram recenseadas anteriormente, mas não havia a distinção em relação à população em geral. Por isso, este ano o questionário do Censo pergunta: “você se considera quilombola?”. O quesito é aberto nos dispositivos dos recenseadores que realizam a pesquisa nessas comunidades. Dessa forma, será possível traçar um perfil social e econômico desse recorte da população pela primeira vez.

 

Para os povos indígenas, a maior novidade é o questionário de abordagem com perguntas sobre infraestrutura, educação, saúde e hábitos e práticas tradicionais. Esse questionário deve ser respondido pela liderança local. Os demais integrantes da comunidade respondem o questionário desenvolvido para os domicílios com particularidades para indígenas. No Rio Grande do Norte, o IBGE preparou 38 profissionais para recensear os povos e comunidades tradicionais.

 
Recusas

Ao final do terceiro mês de pesquisa, moradores de 12.207 domicílios particulares recusaram responder ao Censo 2022 no Rio Grande do Norte. Esse número representa 1,1% do total de domicílios particulares visitados pelos recenseadores. O percentual de recusas no RN é menor do que a média do Nordeste (1,5%) e do Brasil (2,3%).

 

Para convencer a população da importância de responder o Censo 2022, os recenseadores estão orientados a retornar, pelo menos, três vezes aos domicílios resistentes. Caso o morador não seja convencido a dar a entrevista, o supervisor fará uma visita. Em último caso, o morador resistente receberá uma carta sobre a obrigatoriedade da prestação de informações estatísticas conforme a Lei Federal 5.534/68.

 

Os três retornos do recenseador também devem ocorrer nos casos de domicílios com moradores ausentes até conseguir a entrevista ou a confirmação de que ninguém mora no local.

Por que o Censo 2022 é importante?

O Censo Demográfico é a única pesquisa que vai à casa de todos os brasileiros. O objetivo não é apenas a contagem da população, mas coletar dados essenciais sobre educação, condições de moradia, cor ou raça, trabalho e renda e outros temas. Os resultados são apresentados, por exemplo, em nível municipal e de bairro. Dessa forma, é possível saber o perfil da população e as suas necessidades no decorrer do tempo. Há 12 anos o Brasil não realiza essa pesquisa.

 

Os resultados podem orientar gestores públicos, guiar a tomada de decisão em negócios e servir de instrumento para o exercício da cidadania por todo brasileiro. Além disso, o Censo é fundamental para calibrar as amostras das demais pesquisas domiciliares do IBGE e fornecer insumos a institutos de pesquisa independentes e a acadêmicos.

3º Balanço do Censo 2022 no RN
(até 31/10/22)
2.865.867 pessoas recenseadas
1.482.684 mulheres
1.383.183 homens
19.054 pessoas quilombolas
10.670 pessoas indígenas
94,3% dos setores trabalhados
982.508 domicílios recenseados

 
Municípios potiguares concluídos
A revisão do trabalho de campo pode mudar a situação do município temporariamente

Bento Fernandes

Caiçara do Norte

Francisco Dantas

Ielmo Marinho

Ipueira

Jandaíra

Jardim de Angicos

João Câmara

João Dias

Jundiá

Maxaranguape

Monte das Gameleiras

Paraná

Parazinho

Pedra Grande

Pedro Avelino

Poço Branco

Pureza

Rafael Godeiro

Santana do Matos

Santana do Seridó

São Bento do Norte

São João do Sabugi

Sítio Novo

Taboleiro Grande

Taipu

Timbaúba dos Batistas

Várzea

Venha-Ver

Viçosa


sexta-feira, 14 de outubro de 2022

Depois de trabalhar em três censos, mãe divide com filha missão de retratar o Rio Grande do Norte em 2022


Grávida de Annabela, Jupiara foi recenseadora pela primeira vez no ano 2000

 

Um dos objetivos do Censo Demográfico é ir à casa de toda a população do Brasil. Mas no lar de Jupiara Tavares de Souza, 59 anos, o Censo chegou há 22 anos e não saiu mais. Com três operações censitárias (Censo 2000, Contagem da População 2007 e Censo 2010) na bagagem, a engenheira florestal está na sua quarta jornada como recenseadora neste ano. Dessa vez, a filha Annabela Souza, de 21 anos, virou colega de trabalho em Parnamirim.

A filha Annabela e mãe Jupiara (da esquerda para a direita) trocam
experiências em casa sobre o Censo 2022 (Foto: Gustavo Guedes/IBGE).


Annabela circulou pela primeira vez por ruas e casas de pessoas diferentes em Itaguaí no estado do Rio de Janeiro. Porém, nessa oportunidade, ela não falou com ninguém. Detalhe: Annabela estava com sua irmã gêmea na barriga da mãe recenseadora no Censo 2000. “Comecei no Censo feito no papel. No final de agosto, descobri que estava grávida e ainda era o primeiro setor”, contou Jupiara.

 

Depois de 22 anos, a história quase se repetiu. Annabela fez a prova de seleção para o Censo 2022 ainda grávida. “Se fosse pra ter um trabalho, eu teria que ter um que intercalasse casa e trabalho pra poder ficar com ela [a filha]”, pontuou Annabela.  Hoje, ela divide o seu tempo entre o preenchimento de questionários da pesquisa com os cuidados de mãe com sua bebê Jade.

Naturais do Rio de Janeiro, Jupiara e Annabela chegaram ao Rio Grande do Norte em 2004.
Há cerca de 3 meses ganharam a companhia de Jade em casa (Foto: Gustavo Guedes/IBGE).

Jupiara usou a flexibilidade de horário como o principal argumento para convencer a filha a concorrer uma vaga de recenseadora. O IBGE orienta o recenseador a trabalhar, pelo menos, 25 horas numa semana. Os ganhos são por produção.


Família e trabalho

Apesar de serem mãe e filha, Jupiara e Annabela deixam claro os estilos de trabalho diferentes. “A gente não dá certo trabalhando juntas, cada uma tem uma postura”, explicou a mãe. “A gente tem pensamentos completamente diferentes”, a filha concordou.

 

Jupiara até foi com a filha para o setor de trabalho para passar um pouco da experiência de campo, mas só uma vez. “Até o jeito da pessoa dar bom dia faz a diferença. Tudo vai da estratégia”, destacou Jupiara. Annabela tem sua própria estratégia, entretanto admite, “puxei a ela. Sou teu espelho, gata”, exclamou.

 

Na verdade, elas se completam. “Quando começou o Censo, o que eu não sabia de DMC [aparelho de coleta das entrevistas], ela me ajudava. E o que ela não sabia de dica, tipo: Bela, fica na oportunidade que pode não ter ninguém em casa e aparecer. Isso ela ouvia”, comentou a mãe.


Censoterapia

Com formação superior em Biologia e Engenharia Florestal, Jupiara considera o fator humano o grande desafio da maior operação civil do Estado brasileiro. Os recenseadores encontram pessoas com experiências, idades, culturas, origens, histórias, valores e problemas diversos.

 

Ela passou por casas nas quais moradores se recusam a responder de cara, uma realidade em 1,5% dos domicílios visitados no Rio Grande do Norte até o final setembro. “Em um determinado momento, eu passo por você e você vai dar uma segunda olhada pra mim, se quiser, e vai me chamar pra conversar. Ou eu mesmo chego e dou um bom dia, porque não tá no coração. Aí, faço uma amizade”, ensinou.

 

Outros até respondem, mas aproveitam também para desabafar – agressivamente ou não. Essa é outra face marcante do Censo 2022, o primeiro depois de um longo período de isolamento social. “O recenseador tem que entender também que, como seres humanos, tem dia que você tá virado e tem dia que você tá alegrinho”, pontuou.

 

A voz, o olhar e os gestos de Jupiara não deixam dúvida do orgulho de ser uma das pintoras do retrato da população brasileira há mais de 20 anos. “Uma coisa é ficar assistindo no Youtube que a humanidade tá mudando, outra coisa é você presenciar. Não é ficar olhando na televisão o que está acontecendo, é você fazer parte do que está acontecendo”, comentou.


Recenseadora fora de casa não faz milagre

Também é comum o morador ficar calado quando o recenseador chama na porta. Mas isso ocorre nas melhores famílias, inclusive na de Jupiara. A irmã gêmea de Annabela ninava a sobrinha nos braços quando uma recenseadora chamou na porta de casa. Bela e Jupiara estavam trabalhando. “Quando cheguei em casa que Carolina falou isso, eu disse: é exatamente isso que passo!”.


 

No dia seguinte, a recenseadora-mãe ouviu sua colega na rua de casa e não perdeu tempo. Chamou a moça e contribuiu com as suas próprias respostas, como cidadã, ao Censo 2022.

 

Identificação

Os casos de assaltos, ameaças e agressões verbais contra recenseadores ganham repercussão na sociedade. No entanto, pessoas como o morador de Parnamirim Jordy Alisson dos Santos, de 27 anos, ainda são maioria.

 

“É super importante, porque vocês vão tá vendo quem está mais embaixo, precisando de ajuda. Se não forem feitas essas entrevistas, ninguém vai ficar sabendo, não vai ter como se tomar uma atitude sobre isso”, analisou a importância da pesquisa.


Ele respondeu o Censo na porta de casa em alguns minutos. Para Jordy, a insegurança pode levar pessoas a maltratar os profissionais do censo, embora reconheça não seja motivo justificável.



 

Qualquer pessoa pode telefonar para a Central de Atendimento do Censo (CAC), pelo 0800 721 8181, e confirmar se o recenseador trabalhas mesmo no Censo 2022. Também é possível verificar se o recenseador realmente trabalha para o IBGE ao escrever o número da carteira de identidade, CPF ou matrícula do recenseador na primeira janela aberta na página inicial do portal do IBGE na internet.

terça-feira, 4 de outubro de 2022

Em dois meses, Censo 2022 contou cerca de 2,3 milhões de pessoas no RN


Serra de São Bento é primeiro município a finalizar pesquisa no estado

 

Censo Demográfico 2022 contou 2.295.102 pessoas no Rio Grande do Norte em dois meses nas ruas. Esse número representa 64,4% da população estimada para o Rio Grande do Norte no ano de 2021: 3.560.903. Os dados fazem parte do segundo balanço sobre a execução da pesquisa, realizado esta semana pelo IBGE.


Em todo o Brasil, mais de 104 milhões de pessoas foram recenseadas. Nacionalmente, o Instituto mudou o prazo para finalizar a coleta do Censo 2022. Até o início de dezembro toda a população brasileira deve estar coberta pela pesquisa.




 

No Rio Grande do Norte, o objetivo ainda é concluir a coleta de dados até 31 de outubro. Com 79,6% dos setores em andamento, o estado potiguar é o segundo mais avançado do Brasil. Isso significa que dos 5.972 setores censitários do Rio Grande do Norte, o Censo foi iniciado em 4.759. Essa proporção está acima da média nacional (62,5%) e só é maior em Sergipe (80,7%). Os setores censitários são uma divisão do território, usada pelo IBGE, para facilitar o trabalho de pesquisa.

 

Do total da população norte-rio-grandense recenseada, 1.193.354 são mulheres e 1.101.748, homens. Dos 785.540 domicílios visitados, em 780.979 as entrevistas para a pesquisa foram presenciais. Em 1.705 lares, a opção foi responder por telefone. A resposta pela internet ocorreu em 1.661 residências. Para responder por telefone ou internet, o morador necessariamente deve ter contato prévio com o recenseador.

              

          Os recenseadores também realizaram a pesquisa em 813 domicílios improvisados (tendas, barracas, galpões e outros) e 382 domicílios coletivos (orfanatos, casas de repouso, presídios e outros).

  

Serra de São Bento

 

            Com 13 setores censitários e cinco recenseadores, o município de Serra de São Bento foi o primeiro a finalizar o Censo 2022 no Rio Grande do Norte. Outros três municípios estão com mais de 90% dos setores concluídos: Bento Fernandes (92,3%), Serra Caiada (92%) e São João do Sabugi (90,9%).

 

Quilombolas e indígenas

 

            A população quilombola recenseada nos dois primeiros meses do Censo 2022 é de 12.814 pessoas no Rio Grande do Norte. Neste segundo balanço, os povos indígenas chegaram a 7.866 pessoas.

 

As comunidades quilombolas já eram recenseadas anteriormente, mas não havia a distinção em relação à população em geral. Por isso, este ano o questionário do Censo pergunta: “você se considera quilombola?”. O quesito é aberto nos dispositivos dos recenseadores que realizam a pesquisa nessas comunidades. Dessa forma, será possível traçar um perfil social e econômico desse recorte da população pela primeira vez.

 

            Para os povos indígenas, a maior novidade é o questionário de abordagem com perguntas sobre infraestrutura, educação, saúde e hábitos e práticas tradicionais. Esse questionário deve ser respondido pela liderança local. Os demais integrantes da comunidade respondem o questionário desenvolvido para os domicílios com particularidades para indígenas. No Rio Grande do Norte, o IBGE preparou 38 profissionais para recensear os povos e comunidades tradicionais.

 

Recusas

 

Com dois meses de pesquisa, o percentual de recusas em responder Censo 2022 no Rio Grande do Norte está em 1,2%. Isso significa que dos 861.835 domicílios visitados, em 10.754 residências os moradores se negaram a responder. No Censo Demográfico, uma só pessoa da casa pode responder pelos demais moradores.

 

O percentual de recusas no RN é menor do que a média do Nordeste (1,5%) e do Brasil (2,2%). Para convencer a população da importância de responder o Censo 2022, os recenseadores estão orientados a retornar, pelo menos, três vezes aos domicílios resistentes. Caso o morador não seja convencido a dar a entrevista, o supervisor fará uma visita. Em último caso, o morador resistente receberá uma carta sobre a obrigatoriedade da prestação de informações estatísticas conforme a Lei Federal 5.534/68.

 

Os três retornos do recenseador também devem ocorrer nos casos de domicílios com moradores ausentes até conseguir a entrevista ou a confirmação de que ninguém mora no local. Conforme o balanço do dia 02 de outubro, em 63.773 residências não havia uma pessoa para responder no momento da visita do recenseador.

 

Por que fazer o Censo 2022?

 

O Censo Demográfico é a única pesquisa que vai à casa de todos os brasileiros. O objetivo não é apenas a contagem da população, mas coletar dados essenciais sobre educação, condições de moradia, cor ou raça, trabalho e renda e outros temas. Os resultados são apresentados, por exemplo, em nível municipal e de bairro. Dessa forma, é possível observar como o perfil da população e as suas necessidades mudam no decorrer do tempo. 

 

Os resultados podem orientar gestores de políticas públicas, guiar a tomada de decisão em negócios e servir de instrumento para o exercício da cidadania por qualquer brasileiro (a). Além disso, o Censo é fundamental para calibrar as amostras das demais pesquisas domiciliares do IBGE e fornecer insumos a institutos de pesquisa independentes e a acadêmicos.

 

2º Balanço do Censo 2022 no RN*

*até 02/10/22

 

2.295.102 pessoas recenseadas

1.193.354 mulheres

1.101.748 homens

785.540 domicílios recenseados

7.866 pessoas indígenas

12.814 pessoas quilombolas

79,6% dos setores trabalhados

terça-feira, 30 de agosto de 2022

RELEASE: Rio Grande do Norte lidera andamento do Censo 2022

Em quase um mês de pesquisa, 1,3 milhão de pessoas foram recenseadas no estado 
 
O Rio Grande do Norte é o estado com mais setores em que o Censo Demográfico começou a ser feito ou está concluído. Dos 5.972 setores do território potiguar, em 3.165 os recenseadores, no mínimo, iniciaram a mais importante pesquisa do Brasil. Isso representa mais da metade (53%) dos setores do estado.




Pernambuco (52,45%) e Distrito Federal (52,04%) seguem logo atrás do Rio Grande do Norte. Os números são do fim do dia 29 de agosto e fazem parte do primeiro balanço do Censo 2022. Os setores censitários são pequenas divisões do território, que facilitam a execução de pesquisas estatísticas. Cada recenseador trabalha em um setor por vez.

Em 29 dias de operação, 1.390.160 pessoas de 474.279 domicílios foram recenseadas em terras potiguares. Em 472.836 domicílios, a coleta do Censo foi presencial. Em outros 568, a entrevista foi por telefone. A resposta pela internet ocorreu em 875 residências.

As respostas por internet e telefone só são possíveis depois de um contato inicial com o recenseador, já que esse profissional é responsável agendar a entrevista por telefone e repassar (por e-mail ou SMS) a senha para responder o questionário virtual.
 
 
Indígenas e quilombolas
 
A população indígena recenseada nos primeiros 29 dias do Censo 2022 é de 4.527 pessoas no Rio Grande do Norte. O balanço mostra também uma população quilombola de 4.833 pessoas.

As comunidades quilombolas já eram recenseadas anteriormente, mas não havia a distinção em relação à população em geral. Por isso, este ano o questionário do Censo pergunta: “você se considera quilombola?”. O quesito é aberto nos dispositivos dos recenseadores que realizam a pesquisa nessas comunidades. Assim, será possível traçar um perfil social e econômico desse recorte da população pela primeira vez.
 
Para os povos indígenas, a maior novidade é o questionário de abordagem com perguntas sobre infraestrutura, educação, saúde e hábitos e práticas tradicionais. Esse questionário deve ser respondido pela liderança local. Os demais integrantes da comunidade respondem o questionário desenvolvido para os domicílios com particularidades para indígenas. 

No Rio Grande do Norte, o IBGE preparou 38 profissionais para recensear os povos e comunidades tradicionais.
 
Recusas

O percentual de recusas em responder a pesquisa está em 1,5% no Rio Grande do Norte. Esse número é menor que a média da região Nordeste (1,8%) e do Brasil (2,3%).

Para convencer a população da importância de responder o Censo 2022, os recenseadores estão orientados a retorna três vezes aos domicílios resistentes ou vazios na hora da visita. Caso o morador não seja convencido a dar a entrevista, o supervisor fará uma visita. 

Em último caso, o morador resistente receberá uma carta sobre a obrigatoriedade da prestação de informações estatísticas conforme a Lei Federal 5.534/68.

Para que serve o Censo?

O Censo Demográfico é a única pesquisa que vai à casa de todos os brasileiros. O objetivo não é apenas a contagem da população, mas coletar dados essenciais sobre educação, condições de moradia, cor ou raça, trabalho e renda e outros temas. 

Os resultados são apresentados, por exemplo, em nível municipal e de bairro. Dessa forma, é possível observar como o perfil da população e as suas necessidades mudam no decorrer do tempo. 

Os resultados podem orientar gestores de políticas públicas, guiar a tomada de decisão em negócios e servir de instrumento para o exercício da cidadania por qualquer brasileiro (a). Além disso, o Censo é fundamental para calibrar as amostras das demais pesquisas domiciliares do IBGE e fornecer insumos a institutos de pesquisa independentes e a acadêmicos.
 
Balanço do Censo 2022 no RN*
*até 29/08/22

1.390.160 pessoas recenseadas
474.279 domicílios recenseados
4.527 pessoas indígenas
4.833 pessoas quilombolas
53% dos setores trabalhados